A saída do IGH da administração do Hospital Regional de Porto Seguro representa um divisor de águas na política de saúde do estado. Para o governo, a medida foi necessária diante de deficiências que comprometiam a assistência. Para parte da comunidade, no entanto, o problema pode estar na falta de investimentos e não apenas na gestão.
Relatórios da Sesab apontaram constantes atrasos em cirurgias, superlotação e falta de insumos. Esses fatores motivaram a troca pela instituição Setes, que assume a unidade a partir de novembro.
Com 152 leitos e equipe robusta, o hospital tem papel vital na região, mas enfrenta sobrecarga: 52% dos atendimentos na emergência poderiam ser resolvidos na atenção básica municipal. Essa realidade expõe falhas de articulação entre diferentes níveis do sistema de saúde.
Se a mudança trará soluções ou apenas repetirá velhos problemas, ainda é cedo para afirmar. Entretanto, o episódio abre espaço para um debate mais profundo sobre como garantir um atendimento digno e eficiente para a população do Extremo Sul da Bahia.
